Pesquisar neste blogue

Powered By Blogger

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Entrevista com a Professora Edna

Edna Cristina Barreiros
Nascida no dia 01-02-1952
Aposentada
Assistente Social da extinta LBA, quando o Fernando Henrique extinguiu a LBA, se aposentou.
1990 à 2003 deu aula na Universidade São Francisco

1-Qual foi a principal motivação para a reabertura do curso de Serviço Social na Universidade São Francisco? (Para o Serviço Social, para a Educafro, para os estudantes envolvidos).
R: Por parte dos Assistentes Sociais, desejavam que o curso continuasse desde 1992 já falava que o curso fosse suspenso por conta de pequeno números de alunos, não pela mensalidade, chegaram a dar aula para 5 ou 7 alunos. Houve uma luta grande de muitos professores para dar continuidade para que o curso, não só pelo preço do curso ser compatível ou concorrente, mas também o acesso para atrair os alunos. O que prevaleceu foi a viabilidade econômica do curso de Serviço Social.
O que motivou a reabertura foi a suspensão, foi a batalha para reabrir. Em 2003 o diretor da USF convidou a professora Therezinha para reformatar o currículo, não especialmente para a Educafro, ela convidou os professores que participaram do currículo anterior até a suspensão do curso para poder compor a equipe para fazer a reformatação do curso de Serviço Social, mas até então, não sabia que era para a Educafro, era o curso de Serviço Social, não especificamente para a Educafro, mas foi bom, porque assim, qualquer pessoa podia se candidatar e se formar em Serviço Social, foi um privilégio e a força foi maior. Quando foi a véspera da reabertura de 2004, não tinha notícia de que o curso seria oferecido, porque se não tivesse número mínimo de ingressantes, esse número não seria oferecido. Quando foi no ano seguinte a aula inaugural, recebeu a notícia de que a aula iria começar, foi o tempo de reunir a equipe que reformatou o currículo para começar o curso, tinha uma semana para fazer a programação do semestre, aí ficou sabendo que a maioria dos estudantes eram bolsistas.
O processo da reabertura foi com a primeira turma de fevereiro de 2004, eles reabriram o curso, depois veio a segunda turma. Para mim, foi uma vitória, que antes dava aula para poucos alunos, de repente, você depara com uma sala cheia, foi uma surpresa, com uma dificuldade muito grande, tenho uma voz pequena, tive que usar aparelho, microfone, ter que adaptar com qualquer tipo de atividade em grupo porque a sala era apertada, então nesse sentido, mudou muito. Quando se tem uma sala de sete alunos, não é muito bom, quando faltou dois alunos, faltou metade, fica difícil fazer uma atividade pedagógica e isso desmotiva, agora quando tem mais de cem, fica inviável você estabelecer uma estratégia de participação que possa acompanhar, não dá para acompanhar 100 pessoas, mas se dividir um grupo de 50 e outro de 50, como é que se a atenção?

Maria José-Naquele momento, você se sentiu mais ingressa?
Edna - Eu senti muita alegria porque primeiro, está dentro daquilo que é da USF, mesmo quando houve em 1998, um pouco depois, teve uma reformulação muito grande na lei de filantropia e parece que a USF abriu a mão da filantropia e eu acho que isso faz parte da história franciscana justamente o que estão fazendo um ano, pessoas que não tem acesso as vias, tem a colaboração dos Franciscanos. Acho que está dentro de toda filosofia, da missão, então eu fiquei muito contente, taí o crescimento da São Francisco e tem também um aspecto muito pessoal para interessar, mas a minha família, principalmente a da minha mãe, teve devoto à Santo Antônio, teve esse aspecto também, sempre foi muito simpática de oferecer serviço e a própria natureza da obra. Eu particularmente, acho que a USF tinha achado o seu caminho que é a oferta de serviços que foram naquela época inédita em outras faculdades, hoje talvez seja mais comum pelo FIES ou agentes financiadoras, mas na época foi inédito alguém na universidade oferecer, mesmo o curso integralmente para bolsista, mesmo que ofereceria para aluno pagante e que sentia um certo estranhamento, alguns pagavam e outros não , alguma coisa nesse sentido ( risos). Mas até então o currículo era o mesmo, o recurso da faculdade até então era o mesmo, então entre pagante e não pagante, eu acho que esse é o trabalho do Serviço Social. Inclusive não do curso de Serviço Social que a maioria era de não pagante, mas outros cursos como Psicologia e Direito havia muito atrito, muita distinção porque pagante se sentia menos atendido do que bolsista, e o propósito era não haver distinção entre o que paga e o que não paga, o pagante se sentia prejudicado.
Eu não sabia que a Educafro viria com a maioria da turma, mas foi uma surpresa agradável. Acho que o pique dessa turma foi ter trabalhado tanto, sendo que depois eu fiquei sabendo que eles trabalharam muito para obter a reabertura, muita luta, muito movimento, enfim, o pique dessa primeira turma, era uma coisa muito forte, que apesar de ter uma diferença interna e brutal, no conjunto eles formaram uma força, tinham uma coisa em comum, conseguimos para faculdade e ela tinha que ser para valer. Eu sentia isso da maioria como se fosse um compromisso de honra, uma espécie de resistência, uma turma que cobrava demais, muito curiosa, ansiosa, com todas as defasagens que vocês encontraram aí na universidade, essa foi a minha lembrança do trabalho da Educafro.

2-Esse processo foi pensado em consonância com as exigências da reestruturação do ensino superior no Brasil?Esse processo foi pensado a partir das diretrizes curriculares da ABEPSS e em consonância com o projeto ético-político do Serviço Social?
R: Essa reestruturação foi feita comparada nas diretrizes curriculares da ABEPSS, principalmente que representa a nossa categoria, também nas experiências de outras universidades que já haviam feito a revisão curricular, na PUC, na FMU que estava no processo de ser reconhecido pela avaliação da UMEC, a UERJ, que tem uma publicação de currículos da UERJ muito interessante, claro que a natureza, o recurso da universidade pública tem é outro que não dá para ser aplicado na particular. A USF não perdeu o caráter de curso particular e também não tem a estrutura que tem na PUC, mas foi amparado nas diretrizes curriculares.

3-Quais principais dificuldades postas no período de reabertura?
R: Para o Serviço Social reformatou o currículo à quatro meses com uma equipe muito reduzida, à convite do diretor sem a garantia de que o curso não fosse oferecido, tinha que seguir regras da instituição, adaptar horas. Pensar na realidade do Ensino Privado que é diferente do Ensino Público. Poderia ter passa do para a equipe de especialistas para dar a sugestão o que não aconteceu. Foi feito no sentido enxuto, bastante econômico, nunca teve contato com a Educafro. Os alunos tinham dificuldades em leitura e interpretação de texto, uma formatação precária do 2º grau, aquisição de livros, dificuldade financeira, defasagem no processo de conhecimento.

4-Quais eram as principais preocupações com o processo de reabertura do curso de Serviço Social?
R: Tinha 120 com toda natureza de dúvida, que não sabia responder. Houve muito tempo de preparação da aula e na outra semana, preparar outra aula. Não sei o que responder a preocupação no processo da reabertura.

5-Havia questões pendentes da solução para o curso de Serviço Social desde seu período de fechamento na Universidade São Francisco?
R: Não, na última turma de 2003 fechou e não teve alunos pendentes

6-Existia no período a preocupação de construir um curso de ensino superior que resistisse ao sucateamento e alijeiramento, por que passa o ensino superior em geral e particularmente o Serviço Social?
R: O Serviço Social não é particularmente, já começo discordando, é uma tendência de todas as instituições privada para o Ensino Superior, tem acompanhado outros cursos, outras categorias que estão com a mesma tendência. Alijeiramento é fazer curso de dois anos.

Sem comentários:

Enviar um comentário